Entre Aspas

A noite cai e traz consigo a incerteza do medo, o vazio, o frio. Sem que se conte o tempo ele vai passando tão lento e rasteiro. E nada se move, tudo continua sempre no mesmo lugar. Até mesmo aquela incansável voz que amedronta, que causa sentimentos sombrios. Aquela voz que te faz ser o que você não é, que aos gritos te faz adormecer com calafrios, diante do não-noite e não-dia. E ela nunca se vai. A voz que vem de fora, que não é sua, que não mais te envolve pois, de tanto se repetir, perdeu tal poder. Agora aos poucos você consegue dormir, ou ao menos tenta enquanto o eco da voz vai ressurgindo e sumindo em sua mente, deixando que as lágrimas se façam cair.