segunda-feira, 18 de maio de 2015

Eu, você, e o relato de um sonho


da série Minhas Palavras

♫ "E pelo visto, vou te inserir na minha paisagem
E você vai me ensinar as suas verdades
E se pensar, a gente já queria tudo isso desde o inicio"

(Dois, Tiê)

Como as cenas das músicas que não me canso de ouvir. Cores, melodia, flores, você. Sorri e eu eternizo o momento, como tantos outros, e me divirto com sua implicância por não gostar de ser fotografado. Olhamos o visor da máquina antiga e decido que essa ficará no porta-retrato da cabeceira, pois quero você com seu sorriso raro sempre ali, pertinho de mim ao acordar e ao adormecer. Mas seu sorriso raro me provoca, aparece e some sem que eu possa capturá-lo uma segunda vez. Insisto em também provocá-lo e enquanto você fala, desvia o olhar e disfarça, te admiro com a lente do meu sentimento que só a ti pertence. O que você dizia mesmo? Até você se perde nas palavras e muda o jogo. Penso que venço, porém sou vencia. Seu abraço me toma e estamos os dois na mira da lente e você deixa claro ser apenas para que a brincadeira acabe. Eu aceito, como - quase - tudo que você me pede. Distancia-se por um instante e me olha seriamente. Sinto-me afundar. Abaixo a cabeça sem pensar e você me beija no rosto. Levanto o olhar e te percebo mais leve, sorrindo como quem faz isso o tempo todo, e então me chama para um abraço diferente daquele último. Tudo o mais fica esquecido - fotografia, sons, paisagens - e me reencontro ao te encontrar sentindo seu coração, morando em nossas batidas.

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